sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Aposentadoria exige preparação para evitar problemas de saúde

Aposentadoria exige preparação para evitar problemas de saúde
quinta-feira, 21 de outubro de 2010

por Anderson Silva, com colaboração de Daniela Lessa


Passar mais tempo com a família, não se estressar com o trânsito, poder viajar em qualquer data, desfrutar de uma sessão de cinema às quatro da tarde são alguns dos prazeres de se aposentar. Perfeito, não? Mas e quando a rotina, até então considerada exaustiva ou entediante, começa a fazer falta? Sem o cuidado adequado, algumas rupturas profissionais podem levar à depressão, desencadear alcoolismo e afetar a saúde física dos indivíduos.

O alerta sobre isso é feito por especialistas da área de Psicologia do Trabalho e Recursos Humanos, que defendem que as empresas preparem seus colaboradores na fase de aposentadoria. O objetivo desse trabalho é ajudar os profissionais a descobrirem, antes de deixar suas atividades, quais perspectivas têm de trabalho, empreendedorismo, estudos e, enfim, o que podem fazer para dar continuidade ao seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Enquanto para alguns o momento de deixar o mercado corporativo é visto com tranquilidade e com a consciência de dever cumprido, para outros, esse momento é um drama. A psicóloga do trabalho Ana Fraiman comenta que nos casos em que a decisão de desligamento do profissional é tomada pela empresa, o impacto emocional da notícia pode ser péssimo. “Muitas pessoas sofrem desorganização da saúde mental e física e há os que se entregam ao alcoolismo por acreditarem não ter perspectiva de nada.”

A psicóloga explica também que homens e mulheres são afetados por essa situação de forma diferente. Os homens, em geral, reagem com a sintomática clássica: depressão, alcoolismo e, eventualmente, doenças cardíacas. As mulheres, por sua vez, são mais atingidas emocionalmente e são mais propensas a tentar voltar ao mercado de trabalho.

Com objetivo de reduzir o impacto da mudança de estilo de vida que o desligamento profissional representa, algumas empresas adotam planos de preparação de aposentadoria. Segundo, Ana essa medida é mais comum em companhias com áreas de Recursos Humanos bem estruturadas. No entanto ela acredita que essas ações poderiam ser mais difundidas, uma vez que trariam benefícios para a corporação e para o colaborador.

O benefício para ambos decorre do fato da pessoa, mesmo prestes a se aposentar, continuar motivada e consciente de que é útil e que sua experiência é valorizada. Assim, ela produz mais e a empresa mantém seus níveis de atividade. Ana observa, ainda, que além das empresa que simplesmente não adotam nenhum programa preparatório, há as que pressionam o colaboradores mais veteranos a acelerarem seu desligamento, normalmente com efeitos mais traumáticos para o profissional.

Vida na Maturidade

O apoio à aposentadoria está vinculado a uma política de RH que promova um ambiente saudável na empresa. Segundo a responsável pela Inteligência de Mercado na DBM Brasil, Caroline Pfeiffer Marinho, as organizações que procuram a consultoria para a implantação desse tipo de planos são justamente as que já têm uma gestão de pessoas mais desenvolvida.

A DBM Brasil é uma consultoria especializada em processo de transição e transformação de indivíduos, grupos e organizações. Um dos programas que oferece é o Vida na Maturidade, que consiste em oficinas e palestras visando orientar executivos para alternativas de continuidade de uma vida produtiva após se desligarem do mercado corporativo.

Caroline explica que o Vida na Maturidade é regido por três princípios: o de refletir sobre as realizações alcançadas até o momento, tomar consciência daquilo em que acredita e orientar ações para concretizar seus objetivos no futuro. O importante é que o aposentado não pense que sua vida acabou porque deixou o mercado corporativo, ao contrário ele deve perceber que há muita vida além do escritório.


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