domingo, 11 de abril de 2010

Com parque e sem estresse!

Com parque e sem estresse!
Publicado em 11.04.2010 - Jornal do Commercio


Sair de casa para comer em família é sempre a maior diversão. Mas exige algum planejamento. Afinal, encontrar um restaurante que consiga agradar do caçula fastioso à tia light não é o que se possa considerar uma tarefa fácil. Para os comensais crescidinhos, os critérios de seleção são estritamente matemáticos. Um cardápio tão acertado na coluna da direita quanto na da esquerda é tudo que se quer. Se o serviço for ágil, melhor ainda. O lugar é promovido a éden, sem tirar nem pôr. Já para o público infantil, a escolha não se pauta por chefs, preparos, nem ingredientes. Muito menos por preços. Parquinho é a única coisa que importa.
Sem balanço, nem escorrego por perto, não tem acordo: a refeição vira um inferno. O pior é que chateação infantil é algo altamente contagioso. Não demora nada para que toda a família esteja louca para pedir o cafezinho e acabar com o tormento. Uma agonia que pode, aliás, tende a fazer vítimas nas outras mesas do recinto.

Sim, porque nada parece ter mais importância quando se está num restaurante que a vida alheia. Para alguns (eu arriscaria até dizer que para muitos), é como se a dinâmica familiar da mesa ao lado fosse deveras mais apetitosa que o menu. Ainda mais quando tem criança na jogada.

Acho meio cruel essa mania que a humanidade tem de julgar os filhos alheios. Por que será que criança só estrebucha no chão no meio da rua? Se não for para regozijar os passantes, há de ser para envergonhar pai e mãe. Geralmente, o plano é matar os dois coelhos com uma caixa d’água só, como diria Valentina. Sem audiência, não há espetáculo.

E público é o que não falta em qualquer praça gastronômica que se preze. Por uma ironia qualquer do destino, tem sempre um patrulheiro da moral e dos bons costumes comendo na vizinhança quando a mesa está repleta de terroristas mirins. Quando sou eu que estou tomando conta da fronteira entre maloqueiros e chatos, sempre fico me perguntando: como pode alguém deixar que a intolerância vença a boa vizinhança?

É verdade que criança chata e mal-educada não é lá muito cativante. Mas também é preciso que se diga: adulto azedo e de mal com vida definitivamente não é difícil de achar por aí. Por mais que um ou outro torçam o nariz, não tem jeito: criança faz bagunça, suja o chão, faz melequeira, enche o mundo de perna... e de graça.

Por isso que sou adepta dos restaurantes “amigos da criançada”. No meu juízo funciona assim: se tem parque, há de haver tolerância. Quem não quiser zoada, que vá comer à luz de velas em outra vizinhança. Pode ser um parquinho mixuruca, ou um complexo de entretenimento infantil, não importa. Basta um balanço sozinho ou um escorrego surrado que seja, para a criançada curtir deveras a programação gastrô da família.

Mas, como tudo na vida exige estratégia, aí vai uma dica: quanto mais superlativo o parque, mais modesta a refeição dos pequenos. Apetite de criança é sempre inversamente proporcional à qualidade dos brinquedos disponíveis nas instalações do restaurante. Se papai e mamãe querem comer sossegados, o “parquíssimo” é uma boa opção. Mas os pequenos têm que sair de casa comidos. E nem adianta apelar para a clássica tortura do “parque-só-depois-de-comer”. Chega a ser ruindade. Melhor que criança cevada é criança feliz. Uma trelinha de vez em quando não faz mal a ninguém. Para agendar as próximas farras deliciosas em família, aí vão algumas sugestões de cenários interessantes para todas as idades.

Entre Amigos, o Bode – Rua da Hora, 695, Espinheiro. Fone: 3222-6705

Bugallo – Avenida Rui Barbosa, 1047, Graças. Fone: 3081-6555

Habib’s – Avenida Conselheiro Rosa e Silva, 901, Aflitos. Fone: 3427-4265

Maricota - Avenida Santos Dumont, 544, Aflitos. Fone: 3244-7777

Oitão – Rua São Vicente, 245, Tamarineira. Fone: 3269-3591

Pizzaria Atlântico – Avenida Rui Barbosa, 500, Graças. Fone: 3222-1877

Libório – Avenida Doutor Malaquias, 130, Aflitos. Fone: 3426-9719

Tepan – Rua Doutor José Maria, 151, Encruzilhada. Fone: 3427-4187

Cipó Nativo – Rua Doutor João Guilherme Pontes Sobrinho, 245, Boa Viagem. Fone: 3328-3999

Guaiamun Gigante – Doutor José de Goes, 299, Parnamirim. Fone: 3441-1509

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